resiliencia....coisa de criança...
comecei dizendo que isso eh coisa de crianca, pq eh mesmo, na infancia essa caracteristica e natural, e o crescimento do adulto, solidifica coisas que nao precisa e abre mão desta espontaneidade...vamos ver essa materia da voce s.a.
Só os flexíveis sobrevivem
Claudia Riecken, criadora do teste Quantum, de comportamento, lança livro sobre a capacidade para superar adversidades. O segredo está no bom humor, na autoconfiança e no jogo de cintura
Por Isabela Barros
Luciana Cavalcanti
A psicoterapeuta Claudia Riecken: entrevistas com 182 pessoas sobre a capacidade de vencer adversidades
A psicoterapeuta e empresária paulistana Claudia Riecken passou os últimos oito anos ouvindo histórias de superação. Autora de Sobreviver: Instinto de Vencedor Os 12 Portais da Resiliência e a Personalidade dos Sobreviventes (Editora Saraiva), ela entrevistou 182 pessoas, como a psicóloga húngara Edith Eva Eger, sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz, e o modelo Ranimiro Lotufo, que perdeu a perna direita num acidente. Em comum, esses personagens têm o que se costuma chamar de resiliência, a capacidade de vencer adversidades, se recompondo do baque ainda mais fortes. Criadora da metodologia Quantum -- teste comportamental já aplicado em mais de 200 000 profissionais em dez países desde 1998, quando foi homologado -- e presidente da consultoria Quantum Assessment, Claudia tem cerca de 350 clientes, incluindo empresas como Embraer, Toyota e Unilever. E garante que os resilientes são importantes para o sucesso de qualquer corporação. "Eles se adaptam bem ao novo, trabalham motivados e apresentam soluções", diz ela em entrevista a VOCÊ S/A. Resiliência é uma característica que se desenvolve?
É uma habilidade que todo mundo tem, até um certo ponto. Mas é possível desenvolver essa característica de acordo com a mentalidade de cada um, o meio em que vive e a adoção de certas práticas.
Que práticas são essas?
Decidir estar bem é o primeiro passo. Cada um é dono da própria cabeça e dos pensamentos que põe nela. E deve fazer o que for necessário para se sentir feliz. Tudo funciona a partir daí. Ter jogo de cintura é a segunda atitude recomendada. A persistência é importante, mas não a teimosia. É preciso ser flexível. Outro ponto fundamental é desenvolver a auto-estima, ter autoconfiança. Quando reconhecemos o nosso melhor nos tornamos mais resilientes. Quem não se cuida corre o risco de se sentir diminuído. Aí a competição fica pior, surge a inveja...
Como desenvolver a autoconfiança?
Uma boa dica é elaborar uma lista com tudo o que você faz ou que já fez bem na vida. Ter autoconfiança é reconhecer aquilo que você faz bem e nunca deixar de descobrir coisas novas. Fazer cursos, matricular-se numa aula de música, não importa. O que vale é o desafio. Tenho um paciente que aprendeu a nadar aos 32 anos. Foi uma atitude fantástica: aprender algo novo é como receber uma chuva de estímulos no sistema nervoso, um sinal de que você confia na sua capacidade de evoluir.
O que caracteriza uma personalidade resiliente?
O bom humor, a persistência, a capacidade de assumir a responsabilidade. Os resilientes são paradoxais. Podem ser organizados ou bagunceiros, decididos ou contemplativos, têm flexibilidade frente a si mesmos e não se preocupam em parecer bonzinhos para os outros. Os melhores sobreviventes são aqueles que não fazem o esperado. Pelo contrário, são muito criativos. Outro traço marcante é o otimismo, o fato de esperar o melhor de cada situação.
O resiliente necessariamente viveu alguma tragédia?
A resiliência se manifesta em qualquer pessoa, em qualquer situação, especialmente na vida cotidiana. As tragédias põem à prova a resiliência que se consegue ter no dia-a-dia. Diante de uma situação limite, é sobreviver ou sucumbir. Não dá para se isolar e rezar no meio de um incêndio, por exemplo. É preciso agir. Quando enfrentam dificuldades, os sobreviventes pedem ajuda, mandam e-mails, telefonam, buzinam, procuram um terapeuta, conversam com os amigos. Tendo passado por Auschwitz ou não.
Quando insistir em uma situação deixa de ser resiliência e vira sinônimo de teimosia, de burrice?
O resiliente sabe até onde ir. É capaz de dizer sim quando é sim e não quando é não. Ele não é só bonzinho ou só duro na queda. Pode ser as duas coisas, de acordo com a necessidade. Sabe dar o soco na mesa quando necessário.
Qual a importância do bom humor para enfrentar as dificuldades?
Se pudesse fazer um desejo aos céus e ser atendida, certamente pediria uma dose extra de bom humor por dia. Todas as pessoas bem-sucedidas e de bem consigo mesmas que eu conheço são bem-humoradas. O bom humor areja o raciocínio, facilita o contato com o outro, dá subsídios para pensar em soluções em que ninguém pensou. Sem falar que é muito mais gostoso viver com leveza. O trabalho, em geral, implica altos desafios. Prazos apertados criam pânico, pressão em excesso sufoca a criatividade. Todo dia precisamos aprender tecnologias novas, lidar com pessoas de línguas e culturas diferentes. Quem é bem-humorado faz tudo isso de forma mais tranqüila, natural. Do ponto de vista das empresas, ainda são raras as que conseguem proporcionar esse clima. Mas, no plano individual, nada impede que você adote essa postura. Ninguém controla o que você põe na sua cabeça.
Como superar a síndrome do bom menino citada em seu livro, a tendência a fazer o que os outros esperam?
Desde a infância somos treinados a fazer o que se espera de nós. O bom aluno é sempre aquele que segue as regras, o que é muito cômodo para pais e professores. Mas e a curiosidade, onde é que fica? Quando agimos muito dentro dos padrões e temos medo de ser rejeitados se sairmos da linha, sufocamos as nossas verdadeiras necessidades. E aí começam os problemas. Nesse caso, é preciso questionar quais são as nossas verdadeiras expectativas e vontades, e não aquelas impostas pela sociedade. É importante desenvolver uma consciência a respeito de si mesmo e não deixar que os outros digam o que deve ser feito. Um dos sobreviventes citados no meu livro, o modelo e empresário Ranimiro Lotufo, perdeu a perna direita num acidente durante um vôo de parapente. Ele conta que se incomadava muito quando as pessoas diziam o que ele podia ou não fazer. Quando ouvia algo do tipo, respondia que, se não tentasse, não descobriria se conseguiria ou não realizar o que queria. E olhe que, com uma perna só, ele fez canoagem, desfilou no mundo inteiro, voltou a voar.
As pessoas muito competitivas são resilientes?
Quem é muito qualquer coisa não é resiliente. O muito é capaz de sugar a resiliência. Profissionais muito competitivos precisam se provar o tempo todo e não conseguem relaxar, comemorar os resultados. São pessoas cruéis primeiro consigo mesmas. Quando você atinge o sucesso com autoconfiança, a competição é mais limpa, mais tranqüila.
Você cita a empatia como ferramenta de sobrevivência em várias situações. Como é possível se identificar com um chefe difícil e mal-educado?
A primeira recomendação é: tente quebrar o padrão, fazer alguma coisa que tire esse chefe mal-educado, grosseiro e arrogante de seu comportamento típico. Fale com ele com a mesma firmeza com que ele fala com você, tente anular a relação de dominação de forma inteligente. Convide-o para tomar um café e conte uma história sobre uma pessoa difícil, com quem você estaria tendo problemas. Invente um nome. Essa pessoa, na verdade, é o seu próprio chefe. Descreva exatamente como ele age e peça ajuda. O que ele disser que você deve fazer vai funcionar. Agora, acima de tudo, imponha limites. Ninguém tem o direito de humilhar, por razão nenhuma. Enfrente a situação e cite comportamentos que não são corretos, como "O seu tom de voz me soa extremamente desconfortável". Tente recombinar as regras do jogo. Mas, se for necessário, mude de emprego.
Por que o resiliente lida melhor com o estresse?
Porque ele se adapta, não fica agarrado a um padrão. E contribui com a sua criatividade para que as inovações sejam colocadas em prática, para que tudo funcione bem. É uma pessoa que trabalha motivada e consegue apresentar soluções. Esse profissional é muito valioso. Basta olha a velocidade das mudanças hoje para entender como os resilientes são importantes para as empresas.
Autor: Claudia Riecken
Fonte: Revista VC/SA
Só os flexíveis sobrevivem
Claudia Riecken, criadora do teste Quantum, de comportamento, lança livro sobre a capacidade para superar adversidades. O segredo está no bom humor, na autoconfiança e no jogo de cintura
Por Isabela Barros
Luciana Cavalcanti
A psicoterapeuta Claudia Riecken: entrevistas com 182 pessoas sobre a capacidade de vencer adversidades
A psicoterapeuta e empresária paulistana Claudia Riecken passou os últimos oito anos ouvindo histórias de superação. Autora de Sobreviver: Instinto de Vencedor Os 12 Portais da Resiliência e a Personalidade dos Sobreviventes (Editora Saraiva), ela entrevistou 182 pessoas, como a psicóloga húngara Edith Eva Eger, sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz, e o modelo Ranimiro Lotufo, que perdeu a perna direita num acidente. Em comum, esses personagens têm o que se costuma chamar de resiliência, a capacidade de vencer adversidades, se recompondo do baque ainda mais fortes. Criadora da metodologia Quantum -- teste comportamental já aplicado em mais de 200 000 profissionais em dez países desde 1998, quando foi homologado -- e presidente da consultoria Quantum Assessment, Claudia tem cerca de 350 clientes, incluindo empresas como Embraer, Toyota e Unilever. E garante que os resilientes são importantes para o sucesso de qualquer corporação. "Eles se adaptam bem ao novo, trabalham motivados e apresentam soluções", diz ela em entrevista a VOCÊ S/A. Resiliência é uma característica que se desenvolve?
É uma habilidade que todo mundo tem, até um certo ponto. Mas é possível desenvolver essa característica de acordo com a mentalidade de cada um, o meio em que vive e a adoção de certas práticas.
Que práticas são essas?
Decidir estar bem é o primeiro passo. Cada um é dono da própria cabeça e dos pensamentos que põe nela. E deve fazer o que for necessário para se sentir feliz. Tudo funciona a partir daí. Ter jogo de cintura é a segunda atitude recomendada. A persistência é importante, mas não a teimosia. É preciso ser flexível. Outro ponto fundamental é desenvolver a auto-estima, ter autoconfiança. Quando reconhecemos o nosso melhor nos tornamos mais resilientes. Quem não se cuida corre o risco de se sentir diminuído. Aí a competição fica pior, surge a inveja...
Como desenvolver a autoconfiança?
Uma boa dica é elaborar uma lista com tudo o que você faz ou que já fez bem na vida. Ter autoconfiança é reconhecer aquilo que você faz bem e nunca deixar de descobrir coisas novas. Fazer cursos, matricular-se numa aula de música, não importa. O que vale é o desafio. Tenho um paciente que aprendeu a nadar aos 32 anos. Foi uma atitude fantástica: aprender algo novo é como receber uma chuva de estímulos no sistema nervoso, um sinal de que você confia na sua capacidade de evoluir.
O que caracteriza uma personalidade resiliente?
O bom humor, a persistência, a capacidade de assumir a responsabilidade. Os resilientes são paradoxais. Podem ser organizados ou bagunceiros, decididos ou contemplativos, têm flexibilidade frente a si mesmos e não se preocupam em parecer bonzinhos para os outros. Os melhores sobreviventes são aqueles que não fazem o esperado. Pelo contrário, são muito criativos. Outro traço marcante é o otimismo, o fato de esperar o melhor de cada situação.
O resiliente necessariamente viveu alguma tragédia?
A resiliência se manifesta em qualquer pessoa, em qualquer situação, especialmente na vida cotidiana. As tragédias põem à prova a resiliência que se consegue ter no dia-a-dia. Diante de uma situação limite, é sobreviver ou sucumbir. Não dá para se isolar e rezar no meio de um incêndio, por exemplo. É preciso agir. Quando enfrentam dificuldades, os sobreviventes pedem ajuda, mandam e-mails, telefonam, buzinam, procuram um terapeuta, conversam com os amigos. Tendo passado por Auschwitz ou não.
Quando insistir em uma situação deixa de ser resiliência e vira sinônimo de teimosia, de burrice?
O resiliente sabe até onde ir. É capaz de dizer sim quando é sim e não quando é não. Ele não é só bonzinho ou só duro na queda. Pode ser as duas coisas, de acordo com a necessidade. Sabe dar o soco na mesa quando necessário.
Qual a importância do bom humor para enfrentar as dificuldades?
Se pudesse fazer um desejo aos céus e ser atendida, certamente pediria uma dose extra de bom humor por dia. Todas as pessoas bem-sucedidas e de bem consigo mesmas que eu conheço são bem-humoradas. O bom humor areja o raciocínio, facilita o contato com o outro, dá subsídios para pensar em soluções em que ninguém pensou. Sem falar que é muito mais gostoso viver com leveza. O trabalho, em geral, implica altos desafios. Prazos apertados criam pânico, pressão em excesso sufoca a criatividade. Todo dia precisamos aprender tecnologias novas, lidar com pessoas de línguas e culturas diferentes. Quem é bem-humorado faz tudo isso de forma mais tranqüila, natural. Do ponto de vista das empresas, ainda são raras as que conseguem proporcionar esse clima. Mas, no plano individual, nada impede que você adote essa postura. Ninguém controla o que você põe na sua cabeça.
Como superar a síndrome do bom menino citada em seu livro, a tendência a fazer o que os outros esperam?
Desde a infância somos treinados a fazer o que se espera de nós. O bom aluno é sempre aquele que segue as regras, o que é muito cômodo para pais e professores. Mas e a curiosidade, onde é que fica? Quando agimos muito dentro dos padrões e temos medo de ser rejeitados se sairmos da linha, sufocamos as nossas verdadeiras necessidades. E aí começam os problemas. Nesse caso, é preciso questionar quais são as nossas verdadeiras expectativas e vontades, e não aquelas impostas pela sociedade. É importante desenvolver uma consciência a respeito de si mesmo e não deixar que os outros digam o que deve ser feito. Um dos sobreviventes citados no meu livro, o modelo e empresário Ranimiro Lotufo, perdeu a perna direita num acidente durante um vôo de parapente. Ele conta que se incomadava muito quando as pessoas diziam o que ele podia ou não fazer. Quando ouvia algo do tipo, respondia que, se não tentasse, não descobriria se conseguiria ou não realizar o que queria. E olhe que, com uma perna só, ele fez canoagem, desfilou no mundo inteiro, voltou a voar.
As pessoas muito competitivas são resilientes?
Quem é muito qualquer coisa não é resiliente. O muito é capaz de sugar a resiliência. Profissionais muito competitivos precisam se provar o tempo todo e não conseguem relaxar, comemorar os resultados. São pessoas cruéis primeiro consigo mesmas. Quando você atinge o sucesso com autoconfiança, a competição é mais limpa, mais tranqüila.
Você cita a empatia como ferramenta de sobrevivência em várias situações. Como é possível se identificar com um chefe difícil e mal-educado?
A primeira recomendação é: tente quebrar o padrão, fazer alguma coisa que tire esse chefe mal-educado, grosseiro e arrogante de seu comportamento típico. Fale com ele com a mesma firmeza com que ele fala com você, tente anular a relação de dominação de forma inteligente. Convide-o para tomar um café e conte uma história sobre uma pessoa difícil, com quem você estaria tendo problemas. Invente um nome. Essa pessoa, na verdade, é o seu próprio chefe. Descreva exatamente como ele age e peça ajuda. O que ele disser que você deve fazer vai funcionar. Agora, acima de tudo, imponha limites. Ninguém tem o direito de humilhar, por razão nenhuma. Enfrente a situação e cite comportamentos que não são corretos, como "O seu tom de voz me soa extremamente desconfortável". Tente recombinar as regras do jogo. Mas, se for necessário, mude de emprego.
Por que o resiliente lida melhor com o estresse?
Porque ele se adapta, não fica agarrado a um padrão. E contribui com a sua criatividade para que as inovações sejam colocadas em prática, para que tudo funcione bem. É uma pessoa que trabalha motivada e consegue apresentar soluções. Esse profissional é muito valioso. Basta olha a velocidade das mudanças hoje para entender como os resilientes são importantes para as empresas.
Autor: Claudia Riecken
Fonte: Revista VC/SA
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