quinta-feira, outubro 26, 2006

“O problema não é o problema.
O problema é sua atitude com relação ao problema.” (Kelly Young)

Hoje, a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitá-la adentrar os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso. Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer, apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.

Hoje, a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...

Hoje, problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.

Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro.

"
Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos. Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza. "
tom coelho

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A luta contra a tecnociência

Ex-secretário-geral da Confederação Camponesa, René Riesel, julgado pelos mesmos “delitos” que José Bové, corre o risco de purgar uma pena de seis meses de prisão por sabotagem de culturas transgênicas. Ele se recusa a pedir qualquer redução da pena

Thomas Feixa
Ao sindicalismo de “negociação”, “responsável” e “consensual”, Riesel opõe uma cultura da “sabotagem”, favorável à multiplicação de movimentos selvagens

De que constelação teórico-prática saiu a dissidência de René Riesel? Dos discípulos de Ned Ludd1*, da Comuna de 1871, mas também da revolução de 1956, na Hungria, da Internacional Situacionista, da qual participou antes de ser expulso por Guy Debord e, enfim, dos “revolucionários” de 1968, dos quais foi um dos principais dirigentes2 . De um modo mais amplo, de um marxismo revolucionário determinado, o do Marx teórico da anarquia, partidário do desaparecimento do Estado, que escreveu, em A guerra civil na França: “A Comuna não foi uma revolução contra uma forma qualquer de poder do Estado, legitimista, constitucional, republicano ou imperial. Foi uma revolução contra o Estado como tal, contra esse aborto monstruoso da sociedade.”

O que convém exumar, agora, é toda uma tradição antiautoritária (antitrotskista, antistalinista, antimaoísta), tradição que, há muito tempo – se lembrarmos do nascimento, em 1949, do grupo revolucionário “Socialismo ou Barbárie” – já denunciava a burocratização de um sindicalismo que se tornava uma simples instância de controle e de gestão da contestação32. A esse sindicalismo de “negociação”, “responsável” e “consensual”, deveria se opor, segundo Riesel (que usa essa palavra), uma cultura da “sabotagem”, favorável à multiplicação de movimentos selvagens – no sentido de greve selvagem, ou espontânea, quando os diversos “aparelhos” são surpreendidos e se tornam ineficazes.
Contestação só pode ser radical
“Sabotar” significa entrar na contramão do catecismo bem-comportado de uma “contestação cidadã”, polida, festiva, que rompe com uma tradição “arcaica”

“Sabotar” aqui e agora, sem maiores rodeios, significa entrar na contramão do catecismo bem-comportado de uma “contestação cidadã”, polida, festiva, que se vangloria de romper com uma tradição considerada “arcaica”, por ser extremamente conflituosa e correr o risco de se assemelhar à tumultuada história do movimento operário. “Contestação cidadã”: o epíteto, transformado em fetiche, vem modificar o nome, dar-lhe uma consistência mais polida. Produz uma imagem tranqüilizadora do social justamente no lugar em que essa segurança deveria oscilar. “Estado, sempre mais Estado” seria o grito de guerra do “ator cidadão”, para quem uma boa regulação da economia, um justo controle do capitalismo, uma correção de seus excessos (e não de seu princípio) constituem uma solução para o problema social, como se este fosse simplesmente da mesma natureza que uma equação matemática.

Maquiavel já denunciara o caráter fantasmagórico da atração do “bom regime”, de seu culto, da possibilidade de acabar com o tumulto, do horizonte permanente de uma solução positiva encontrada, finalmente, na divisão social43. Denúncia sem grandes conseqüências, uma vez que se alguns esperavam uma “boa burocracia”, outros ainda esperam um “bom quadro sindical” ou então um “bom patrão”, para falar a verdade, um “bom amo”.

Se contestar só pode ser compreendido num sentido radical (contra o Estado e indissociavelmente contra o dinheiro), é preciso dar as costas aos “que sonham adaptar os homens ao inferno moderno, alterando a natureza dos genomas, e aos que desejam discutir democraticamente modalidades dessa adaptação”. A palavra “modalidades” revela a fragilidade de todo reformismo, aceitação implícita da ordem estabelecida, sob a proteção de algumas emendas, sempre apresentadas como grandes avanços. “O que se quebra, definitivamente, é a ilusão de que haveria diversas maneiras, complementares, de se opor à natureza genética: algumas delas, ‘extremistas’, sabotam a pesquisa e a difusão de necrotecnologias, e outras, ‘táticas’, exigem a percepção das origens, competência e controle”, escreve Riesel.
As quermesses humanistas
As “modalidades de adaptação” revelam a fragilidade do reformismo, a aceitação implícita da ordem estabelecida, sob a proteção de algumas emendas

Por meio da sabotagem do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), instituição pública de pesquisa agronômica, o Estado foi contestado enquanto instância neutra de arbitragem. Ou melhor, ele foi “pego com a boca na botija do que produz”. Na verdade, a tese de uma pesquisa pública intocável – por ser intrinsecamente pura e virtuosa – encontra-se aqui em maus lençóis. A instituição científica pública (e não somente alguns obscuros laboratórios particulares) se insere, de fato, na dinâmica da privatização da vida via a disseminação de organismos geneticamente modificados em ambiente aberto. Uma privatização que se traduz, na prática, pela esterilização de sementes pela Monsanto, pelas ações judiciais contra os poucos camponeses que, apesar de tudo, em um gesto “retrógrado”, conservaram o que ressemear.

Não daria para falar de um verdadeiro projeto de dominação total? O de um “cientificismo utilitarista e redutor, que só admite quando domina, que não sabe imaginar nada que seja gratuito, não patenteável, não manipulável”? Em resumo, uma “tentativa de suplantar a natureza (externa e interna ao homem), de eliminar a última resistência à dominação do racionalismo tecnológico”. Riesel não pára de enfatizar a ligação entre o gigantismo tecnocientífico e a religião do progresso, em que, como Hannah Arendt deixa claro, se lê uma vontade de acabar com qualquer singularidade para não ter mais necessidade senão de si mesmo, de suas próprias operações54. A denúncia da espiral delirante do “artificialismo” não tem por objeto produzir, em um pólo diametralmente oposto, a imagem dourada de uma resistência que, fundamentalmente (mas não apenas), por meio da figura de José Bové, se teatraliza e parece se deixar pegar pela armadilha da personalização. Será que se conserva uma coerência política quando, ao denunciar, com toda razão, a devastação do ultraliberalismo, não se hesita em se inserir, ao mesmo tempo, na lógica da moda dos talk shows liberais? Ainda mais porque essa lógica entusiasma: nas quermesses humanistas acontece o grande baile dos “especialistas” no salão do tribunal. Mas, concretamente, como perguntaria Jacques Rancière, autor de La nuit des prolétaires, poderiam existir especialistas em igualdade ou em liberdade65?
Relançar a questão da emancipação
Será que se conserva uma coerência política quando se denuncia a devastação do ultraliberalismo, mas se aceita a lógica da moda dos talk shows liberais?

Esse turbilhão dos meios de comunicação deve ser comparado à dinâmica específica do capitalismo, do reino da indústria cultural e de sua capacidade de digerir tudo, inclusive a subversão. Atualmente, o mercado da inquietação e da contestação carrega consigo um espectro muito amplo, de “princípios éticos” até canções de protesto de roqueiros contratados por alguns malandros transnacionais. Riesel explica: “Não se vai tentar acalmar a inquietação, pois ela se tornou um motor econômico e social reconhecido. Deve ser feito um empenho em avaliar a demanda social de proteção, em mostrar que o ‘risco’ é a condição, senão a essência, da sobrevivência em uma sociedade industrial, a única coisa que realmente dá seu preço às mercadorias garantidas. Ouviremos os ambientalistas e o ‘terceiro setor’, passaremos o microfone aos que trabalham com epistemologia – afinal de contas, são especialistas! –,os doutores em ética poderão concluir criticando os adoradores do bezerro de ouro.”

O que um tribunal condena, o motivo pelo qual um movimento pode ser perigoso para a ordem estabelecida e constituir, de fato, um contra-poder efetivo, não são “almoços de piquenique uma vez que a polícia esteja instalada”. Desde já, longe do folclore do “trotar dos cidadãos”, mas também distantes da vertigem histórica da imitação, segundo Riesel, temos de reinventar práticas políticas não domesticadas. Relançar, em novas bases, a questão da emancipação.


1 - N.T.: Ned Ludd foi um dos líderes operários no movimento de quebra das máquinas na Inglaterra, em 1811-1816, conduzido pelos que as consideravam causa da redução do emprego. O termo “luddita” passou a ser utilizado para designar qualquer oponente às mudanças tecnológicas.
2 - Quando citarmos René Riesel, vamos nos referir às suas duas obras publicadas pela Enciclopédia dos nocivos: Déclarations sur l’agriculture transgénique et ceux qui prétendent s’y opposer (2000), Aveux complets des véritables mobiles du crime commis au Cirad le 5 Juin 1999 ( Junho de 2001). Sobre os discípulos de Luddite, ler, de Kirkpatrick Sale, “Résistances américaines aux nouvelles technologies ”, Le Monde diplomatique, fevereiro de 1997.
3 - Ler, de Philipp Gottraux, Socialisme ou barbarie : un engagement politique et intellecuel dans la France de l’après guerre, Editions Payot, Lausanne, 1997.
4 - Ler, de Claude Lefort, Le travail de l’œuvre. Machiavel. Paris, Gallimard, 1972.
5 - Ler, de Etienne Tassin, Le trésor perdu. Hannah Arendt l’intelligence de l’action politique. Paris, Payot, Critique de la politique, 1999.
6 - Jacques Rancière, La Nuit des prolétaires: archives du rêve ouvrier, Fayard, Paris, 1981.

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quinta-feira, outubro 19, 2006

1997

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all things

tem muita coisa acontecendo muit rápido...
não to com tempo de postar...
msa 2 boas....um encontro memorável com mestres da
fotografia e fomos tomar umas é claro! foi ótimo

outra...deixa ver...masi material indo pra europa...

ahn...to esperando a hora de new order entrar pra tocar...

e o resto tem muita coisa, depois em modo historinhas venho e conto

p.s. só um muito obtigado público aos amigos, em especial, cath, ale, sil e nino.
nino que com muito amor teve uma conversa comigo e foi muito muito marcante
e amiga, obrigada amigo...vc não tem noção de como foi importante pra mim te
ouvir aquela tarde

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quinta-feira, outubro 05, 2006

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eine kaffee, mit zukkar, bitte!

SÃO PAULO (Reuters) - A rede norte-americana de cafeterias Starbucks informou nesta quinta-feira que vai inaugurar até o final deste ano sua primeira loja no Brasil, no shopping Morumbi, em São Paulo.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, e o segundo maior consumidor atrás apenas dos EUA, mas ainda não conta com nenhum ponto de venda da conhecida cafeteria, especializada em grãos de alta qualidade.

A empresa planeja ampliar sua presença fora dos Estados Unidos, com a inauguração de lojas, além do Brasil, na Rússia, Índia e Egito, informou nesta quinta-feira durante uma conferência sobre seus planos para o mercado em 2007.

A meta é que, com as novas lojas, a Starbucks some estabelecimentos em 40 países no exterior até o fim do próximo ano.

"A entrada da empresa nos três grandes mercados do Brasil, Rússia e Índia, assim como o estabelecimento de nossa primeira loja na África, irá impulsionar a expansão da Starbucks International para atingir seu potencial de 20.000 lojas, acima das 15.000 planejadas anteriormente", disse o presidente da Starbucks Coffee International, Martin Coles.

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save as

Entrarei silencioso no quarto de dormir e me deitarei
entre noivo e noiva,
esses corpos caídos do céu esperando nus em sobressalto,
braços pousados sobre os olhos na escuridão,
afundarei minha cara em seus ombros e seios, respirarei tua pele
e acariciarei e beijarei a nuca e a boca e mostrarei seu traseiro,
pernas erguidas e dobradas para receber,
caralho atormentado na escuridão, atacando,
levantado do buraco até a cabeça pulsante,
corpos entrelaçados nus e trêmulos,
coxas quentes e nádegas enfiadas uma na outra
e os olhos, olhos cintilando encantadores,
abrindo-se em olhares e abandono,
e os gemidos do movimento, vozes, mãos no ar, mãos entre as coxas,
mãos, na umidade de macios quadris, palpitante contração de ventres
até que o branco venha jorrar no turbilhão dos lençóis
e a noiva grite pedindo perdão
e o noivo se cubra de lágrimas de paixão e compaixão
e eu me erga da cama saciado de últimos gestos íntimos
e beijos de adeus –
tudo isso antes que a mente desperte,
atrás das cortinas e portas fechadas da casa escurecida
cujos habitantes perambulam insatisfeitos pela noite,
fantasmas desnudos buscando-se no silêncio.

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dinner , ouuu

ontem almocei no d´arts...
luz do dia, salão amplo, colorido, amei os lustres
há quadros coloridos...cadeiras com uma borrachinha que
me lembra minha infancia...
o publico, jovem, perto de 18 anos...estava perto de um japinha
fiquei observando ele, mas via a todos, pois agiam da mesma maneira
conversavam, faziam poses, e pediam cafe....faziam pose
estava pensando como os jovens tem habitos de velhos
ha uma necessidade em ser o que nao é ainda! engraçado
reafirmações, posições, nao posicionamento...algo fake
na real, todos ansiamos por varias coisas em varios momentos
da vida, mas a medida que for bom pra nós elas virão
qto mais nos antecipamos em te-las, nao estou dizendo não
as desejem, pelo contrário...
mas qto masi nos antecipamos, mais teremos problemas
sabe lendo isso parece a senhora consciencia falando...
mas se conseguirmos evitar problemas, já é um lucro, não?!

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quarta-feira, outubro 04, 2006

work plus

onte trampei ate tarde to morrida hj
hj um amigo me deu uma indicao...
tava pensando como grana pesa pra
tomar decisoes....nao to falando de
capitalismo nao, e sim das neceissadade
que temos, e os desejos que ainda bem nos levam pa frente
so que desejos tbm custam, nao to falando do meu jipe
que ainda vou conseguir, ams de sobreviver mesmo
quem trampa sabe que tem que pagar contas pra sobreviver
e se fosse so comida seria tao facil
faria uma hortinha...mas quem sabe ao inves de hortinha
nao temos que pensar em ter um ceasa!
hahhahahah isso que me faz rir hj pode ser uma ideia
ja percebeu que muitas ideias sem pretenção, nos leva a algum lugar
pena que algumas ideias sem pretenção tbm acontece em nossas vidas
e ao inves de nos levar pra frente, sao perigosas e trazem muitos prejuizos
os irrepareveis, os impagveis são os piores
por isso crianças, pensem antes de agir...o que parece bom, pode ser uma ruina

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terça-feira, outubro 03, 2006

work

hiiiii faz um tempo que estou passando por novas empreitadas....e hj é o segundo dia de uma nova fase!
tive um almoço dos sonhos....
agora estou com atividades burocraticas, entao fui pegar uma long nek no frigobar pra trabalhar melhor
assim nao perco a concentracao..
( ah problema todo mundo tem, mas que tal viver a diferenca?)

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este blog na real, foi criado nem lembro qdo, mas comemorar algumas coisas sim...
que bom,eu que sou uma minininha simples, sempre tem algo pra se comemorar...
ainda bem! afinal de contas, se não comemorarmos, as vitorias as derrotas, as perdas os ganhos
como falaremos da vida que levamos!
hj abri este blog e comemorei muito, pq o título hj pr amim diz tanta coisa...e o melhor
eu acredito nisso que esta escrito!
entaum, vambora! VALE O QUE SE FAZ

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